Pular para o conteúdo

Protestos se intensificam e Foxconn, maior fábrica de iPhone, propõe 10 mil yuans por trabalhador que sessar protestos e pedir demissão

Compartilhe:

A fábrica Foxconn é a maior de iPhone do mundo e ofereceu pagar 10 mil yuans (R$ 7435,29 na cotação de 24/11/22) para cada trabalhador contratado recentemente que sessar as manifestações e se comprometer a sair da fábrica.

protestos cidade do iphone
Imagens de protesto na Foxconn de quarta-feita, dia 24 de novembro de 2022

Os protestos na conhecida “cidade do iPhone” começaram na terça-feira dessa semana e o estopim foi o atraso de bônus pelos trabalhadores, que já sofriam muitas limitações por um por impedimentos de saírem da fábrica pela iminência de novos surtos de Covid-19. Na noite de quarta-feira, os confrontos se intensificaram e ficaram ainda mais violentos, com brigas e objetos sendo arremessados em funcionários que vestem trajes especiais e escudos de proteção.

A quantia de 10 mil yuans oferecida pela Foxconn é equivalente até 2 meses de trabalho e foi feito ontem, quarta-feira, pelo RH da empresa por meio de mensagens de texto. Foi solicitado que os trabalhadores sessem a manifestação e sigam para seus dormitórios que todos acordos feitos serão pagos.

A fábrica também incentiva os trabalhadores contratados de outubro pra cá a se demitirem, para logo que possível, deixem o local. O dinheiro total ofertado se divide em 8000 yuans para quem aceitar em abandonar a função que exerce na fábrica e mais 2000 yuans para quando embarcar em ônibus rumo a saída da fábrica.

Zhengzhou é a cidade onde a fábrica Foxconn é instalada e ficou conhecida como “Cidade do iPhone” por conta disso. Na região acontece bloqueios que começaram no início de outubro para conter surtos de Covid-19 na China. Com esses bloqueios, a fábrica também foi travada e os trabalhadores tiveram que viver nela e fazer tudo por lá, como alimentação, banho e dormir. Muitos trabalhadores alegaram que a comida é escassa e passado pouco tempo nessa situação, muitos trabalhadores começaram a fugir das instalações da fábrica, o que a obrigou lançar recrutamento.

Com isso mais de 100 mil pessoas se inscreveram para trabalhar na Foxconn, onde muitos foram contratados. Além da segurança de um emprego fixo, essas pessoas foram atraídas por bônus prometido de 3000 yuans quando completassem 30 dias na empresa e mais 3000 yuans quando completassem 60 dias.

O protesto começou na terça-feira dessa semana, no dia em que esses trabalhadores souberam que os bônus foram adiados para 2023, sendo o primeiro repassado dia 15 de março e o segundo no mês de maio. Um trabalhador contou a CNN que eles tiveram que fazer jornadas mais extensas para receberem o bônus e por isso estão revoltados com o adiamento.


Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *